terça-feira, 29 de novembro de 2011

Genocídio na Síria

     A mudança da política externa brasileira em relação à Síria tem nome e sobrenome: Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão independente de investigação criada pela ONU e responsável pelo relatório que apontou algo muito semelhante a um genocídio, provocado pelo Governo do ditador Bashar al-Assad.
     Os números são capazes de impressionar a qualquer pessoa com um mínimo de bom senso e humanidade. Os asseclas do dirigente sírio mataram mais de 3, 5 mil pessoas, entre elas 250 crianças, além de torturarem cerca de 20 mil cidadãos por uma razão, apenas: contestam o regime. O Globo chega a falar em mais de quatro milhões de vítimas, emglobando todos os efeitos colaterais da repressão.
     Sabendo desses dados, confirmados por um representante brasileiro, seria injustificável se o Brasil mantivesse a postura de quase absolvição dos regimes totalitários do Oriente Médio, em oposição aos Estados Unidos e à Europa (Inglaterra, França e Alemanha, em especial). O voto condenando o regime sírio se explica naturalmente e pode levar a uma saudável mudança em relação a determinadas ditaduras que flertam com o terrorismo, como a iraniana.
     A situação de Al-Assad parece se complicar a cada dia, à medida que seus crimes se tornam públicos e aumenta a pressão internacional contra seu governo, inclusive da Liga Árabe.
     O ditador, no entanto, se apega ao poder como pode, contando com a ajuda da cúpula militar, que lhe dá sustentação. Ele sabe - ou, pelo menos, teme - que corre o risco de acabar como Muamar Kadafi, executado sem piedade por um miliciano mal-saído da puberdade.

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