terça-feira, 29 de novembro de 2011

Quebra de todos os sigilos

     Os - digamos assim - 'incidentes paralelos' à ocupação da favela da Rocinha e à prisão dos chefões do tráfico local começam a ser investigados, segundo nos conta O Globo. Os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos três policiais presos fazendo escolta de um grupo de bandidos e de seus parentes próximos deverão ser quebrados ainda essa semana.
     Com isso - e com a investigação sobre a presença de um grupo de PMs na favela, um dia antes da prisão do traficante Nem -, talvez seja possível chegar mais fundo na rede de corrupção que se espalhou em todos os níveis das polícias Civil e Militar. Mas ainda é pouco.
     Falta dar o destaque merecido à injustificável e suspeitíssima intervenção dos tais três policiais de Maricá quando da prisão do chefe do tráfico. O assunto, ao que parece, foi colocado de lado, quando tem uma gravidade enorme, principalmente porque o grupo estava cumprindo ordens do subchefe da Polícia Civil.
     Não há justificativa plausível para a presença desses policiais aqui no Rio. Menos ainda, para a tentativa de interceptar o comboio policial que levava o traficante Nem para a sede da Polícia Federal. Polícia não intercepta polícia. A única explicação que me ocorre é a de que estava em curso uma ação destinada a evitar que o prisioneiro contasse tudo o que sabe do esquema de corrupção policial.
     O constrangimento do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ao tratar do assunto foi nítido (destaquei esse fato, num texto anterior). Com o prosseguimento da ocupação e a transferência do preso, o incidente caiu no esquecimento, na vala comum, de onde precisa ser resgatado, em nome da decência. Precisamos quebrar todos os sigilos que envolvem a corrupção.

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