domingo, 27 de novembro de 2011

O Mensalão não acabou

     O Globo de hoje lembra, a todo o país, em manchete, que um dos maiores responsáveis pela administração do Mensalão, o publicitário mineiro Marcos Valério, continua em absoluta atividade, prestando - por tabela - serviços ao Governo. Sua importância 'estratégica' é imensa, como atestam os fatos levantados pelo jornal. As empresas às quais ele presta assessoria saltaram, milagrosamente, da total mediocridade para o fausto, graças a contratos estratosféricos bancados pela República que ele ajudou a macular.
     Seria - como é, na verdade - mais uma prova da impunidade dos malfeitores e da conivência dessa eticamente lamentável 'Era Lula' com a corrupção. Mas é, apenas, a constatação de que praticamente nada mudou, com relação aos acusados de pertencer a uma "quadrilha que assaltou os cofres públicos", segundo acusação da Procuradoria-Geral.
     Se nos dermos ao cuidado de olhar para a lista de quadrilheiros, vamos ver que Valério não é a exceção que justica a regra. Todos estão reabilitados e envolvidos, de alguma maneira, com o Governo e o Partido dos Trabalhadores, responsável pela instituição do maior esquema de expropriação já registrado na história recente do país.
     José Dirceu, embora cassado, continuou com os poderes de quando era o ministro da Casa Civil de Lula. Manda e desmanda. Enquadra políticos, investe contra a liberdade de expressão, 'assessora' multinacionais, locupleta-se. O deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) preside a Comissão de Justiça (???) da Câmara. José Genoíno, que presidia o PT na época, é fundamental no Ministério da Defesa. Isso, para citar apenas três nomes das dezenas de envolvidos. O próprio ex-presidente sobreviveu ao escândalo, foi reeleito e elegeu sua sucessora.
     O sucesso do publicitário, então, não chega a surpreender. Pouco mudou no país, vítima de um grande estelionato ideológico. O Mensalão, assim como 1968, não acabou.

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