terça-feira, 15 de novembro de 2011

O direito aos direitos

     Dois, cinco, duzentos fuzis. O número de armas apreendidas pela Polícia na Favela da Rocinha não tem a menor importância, se comparado à responsabilidade que, finalmente, o Estado parece ter assumido com aquela parcela da população.
     Os investimentos anunciados, sim, podem trazer um enorme retorno. A presença 'ostensiva' dos serviços públicos é uma obrigação, e certamente vai acarretar a dissolução do poder paralelo que o tráfico vinha exercendo, no vácuo deixado por seguidas administrações.
     O crime só se instala, forte e vigoroso, na ausência dos poderes públicos. É nesse momento, no abandono, que as populações mais carentes se voltam para quem oferece o mínimo, mesmo que esse mínimo tenha um preço exorbitante, como o da submissão às drogas e aos chefões do submundo.
     A cidade precisa ser resgatada, de traficantes e milicianos. De bandos civis e uniformizados. Talvez não haja algo que envergonhe tanto um cidadão quanto a subserviência aos representantes do que há de pior na sociedade. Saneamento, escola digna e segurança não são dádivas que podem ser negociadas a cada eleição. São direitos.
     Mas não somente dos moradores de comunidades carentes. O Rio de Janeiro, como um todo, precisa, urgentemente, voltar a garantir, a todos nós, o que é nosso por direito.

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