quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Marta, você é ótima, mas ...

     Eu sei que política é para gente grande, que nem todos nós, simples mortais, estamos aptos a entender os subterrâneos dessa arte. Mas, mesmo assim, confesso que há fatos que estão abaixo até mesmo da minha ignorância. Como o caso da definição do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo.
     O nome natural, até por carregar um histórico (seja ele qual for, não é o caso de discutir, nesse momento), é o da senadora Marta Suplicy. Tanto que as pesquisas de opinião são unânimes em apontar para um patamar inicial em torno de 30% da preferência do eleitorado, mais ou menos o limite do Partido dos Trabalhadores em terras paulistas em geral, não só paulistanas.
     Mas, ao que tudo indica, a nobre senadora, principal nome do partido, vai abrir mão da candidatura, em benefício do atual ministro da Educação, Fernando Haddad, o 'desmoralizador de Enens e da língua portuguesa', indicado pelo ex-presidente Lula, que é quem manda, no fim das contas.
     Ontem, fomos obrigados a ler mais uma das declarações medíocres da atual presidente, Dilma Rousseff, justificando o endosso que deu à decisão de Lula, por Haddad. Segundo ela, Marta Suplicy teria muito a colaborar com o Governo ficando no Senado. Seria risível, se não fosse patético.
     Hoje, o Estadão publica o 'pensamento' do presidente estadual do PT, um tal de Edinho Silva, sobre o assunto. Segundo ele, a senadora será "o principal cabo eleitoral' do candidato a prefeito. E, não satisfeito, sapecou a seguinte joia: "Marta é uma liderança política respeitadíssima pela sociedade paulistana e com certeza ela transferirá esses (os 30% que teria) votos".
     Vamos lá: ela tem experiência, lidera as pesquisas, é conhecida, tem história do partido e é "respeitadíssima pela sociedade paulistana". Por que, então, não será a candidata? Bem, essa pergunta - a mais simples possível - ainda não foi feita pelos nossos entendidos em política. Medo da resposta?

2 comentários:

  1. Ótimo..muito bem escrito e com ironia que dá aquele tempero na matéria. ´´ex presidente Lula,queé quem manda,no fim das contas``, perfeito Marco.
    Sim,medo da resposta,não sei pq tanta insegurança ou receio,já que ela tem peso. Cada vez que vejo notícias olíticas,seja em qual veículo for,me dá um nojo.. ´´Joga fora no lixo`` seria a música ideal para a nossa política.

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  2. Essa rejeição à política, fato incontestável, é ruim para todos nós, Patrícia. Infelizmente, é um processo difícil de ser contido, pela mediocridade dos 'nossos' representantes.

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