sexta-feira, 18 de novembro de 2011

'Primavera' sem fim

     A 'Primavera árabe', assim como o inverno carioca, parece não ter fim, e invade outros tempos. O noticiário de hoje nos remete à radicalização da crise na Síria e ao Cairo, que teve praça e ruas tomadas pela população, que pede, agora, o fim do poder da junta militar que assumiu o país quando da queda o ditador Hosni Mubarak.
     Tudo leva a crer que foi uma manifestação pacífica, como começaram todas as que aconteceram na Tunísia, Sudão, Líbia, Argélia, Jordânia e, também agora, na Síria. A história recente, no entanto, mostra que a tendência de esses movimentos (que não se limitaram ao mundo árabe, como sabemos) é crescer e se transformar numa onda de revolta, com as mortes e dramas inevitáveis.
     A paciência do povo egípcio tende a se esgotar, a partir do momento que há a consciência de que pouco mudou no país, excetuando a queda do mandatário. O poder continua nas mãos dos militares, que davam sustentação ao regime anterior.
    No mundo ocidental e Israel, no entanto, essa simples troca de guarda foi bem recebida. Havia o temor da assunção de um governo fundamentalista. Afinal, Egito e Jordânia são referências na manutenção da paz no Oriente Médio, graças aos acordos com Israel.
     Uma mudança drástica poderia provocar a desestabilização, justamente num momento em que o Irã radicaliza, insistindo no direito a continuar com as pesquisas na área nuclear, vetadas pelos organismos internacionais. E que a Síria ignora recomendação da própria Liga Árabe e continua no processo de destruição dos adversários do governo.

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