sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Governador 'tira o sofá da sala'

     O governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz, incorporou, mais uma vez, hoje, um personagem de piada, aquele que manda tirar o sofá da sala, ao se descobrir traído. Irritado com a divulgação de gravações de suas conversas íntimas e desclassificantes com o policial militar João Dias Ferreira - aquele mesmo que provocou a expulsão do ex-ministro do Esporte, Orlando Silva -, exonerou nada menos do que 50 delegados, quando deveria, ele, sim, pedir demissão do cargo.
     O governador, também acusado de corrupção pelo ex-correligionário do PCdoB (Queiroz trocou o PCdoB pelo PT), está mudando toda a cúpula da Polícia Civil, 'culpada' pelo vazamento de alguns de seus momentos nada edificantes, divulgados pela DFTV, da Rede Globo e lembrados, hoje, por O Globo.
     Com a prepotência característica dos que se consideram inimputáveis, o governador liberou nota oficial dizendo, entre outras coisas, que "há grupos contaminados por forças políticas do passado" e que "esses pequenos grupos ainda insistem em cometer desmandos, transformando o que deveriam ser investigações em fatos políticos, criando artificialmente denúncias".
     É impressionante. Ele simplesmente faz de conta que não houve as gravações, realizadas ano passado. Assim como seus companheiros de partido e de Poder, usa as táticas de diversionismo mais medíocres, tentando desviar o verdadeiro foco da questão, como já o fizeram e fazem os envolvidos (como o ex-presidente Lula) e os reús do Mensalão; aloprados; cuequeiros e ministros em geral apanhados com a mão na massa.
     O que se deve discutir - e isso é inquestionável - é sua ligação estreita com o tal policial, dono de uma ONG usada para expropriar os cofres públicos em favor de partidos e personalidades políticos. E não a divulgação do crime.

Nenhum comentário:

Postar um comentário