terça-feira, 31 de maio de 2011

Educação demagógica

     A se acreditar no O Globo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, garantiu hoje, em reunião da Comissão de Educação do Senado, que o livro Por uma vida melhor , da professora Heloísa Ramos, não ensina a falar ou a escrever errado, apenas admite a troca dos conceitos "certo e errado" por "adequado ou inadequado". Seguindo esse - digamos - raciocínio, frases como "nós pega o peixe" poderiam ser consideradas corretas em "certos contextos", ressalta o jornal.
     Nenhuma surpresa. Isso é a cara da 'Era Lula' (que não acabou), marcada pelas impropriedades proferidas diuturnamente pelo ex-presidente a quem tudo se desculpa, tudo se perdoa, tudo se aplaude. E que ninguém se atrevesse a criticar asnices como a teoria das vantagens que a Terra teria se não fosse redonda. Seria logo tachado de elitista, preconceituoso ou - maior dos males - direitista militante.
     A falta de esses nos plurais foi incorporada na espécie de dialeto lulo-petista que assola o país. As concordâncias ... Seria exigir muito. Falta de escolaridade passou a ser símbolo de autenticidade. Quantas e quantas vezes fomos obrigados (no meu, caso, pelo menos) a escutar louvações ao fato de um nordestino quase analfabeto ter chegado ao mais alto posto do país, como se a ignorância fosse um atributo, e não um problema a ser enfrentado.
     Respeitar as características de cada região, ou camada da população, é algo saudável. Defender erros e incorreções é só demagogia.

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