segunda-feira, 23 de maio de 2011

A encruzilhada oposicionista

     O PSDB, em especial, vive um momento decisivo, às vésperas da sua convenção nacional, marcada para sábado. Paralisado pela indefinição quanto ao futuro - e, por futuro, leia-se candidatura à presidência, em 2014 -, o partido se vê frente a três opções: ser mais do que uma sopa de consoantes; virar serrista; ou ser aecista. Por indignas, as duas últimas opções não deveriam, sequer, ser consideradas, como são, mesmo não oficialmente.
     Um partido político deve mover-se impulsionado por ideias, projetos do governo, pela interpretação que dá aos conceitos de bem-estar social e de igualdade. Conceitos que, embora possam ser encarnados por pessoas, não podem ficar atrelados a individualidades.
     Talvez o sucesso do modelo petista de ser esteja influindo nessa descaminho. O PSDB parece não ter consciência que o fenômeno Lula é um daqueles 'abortos da natureza'. Ele, sim - graças a distorções, à ignorância do povo e à incompetência dos políticos oposicionistas -, se transformou em algo maior do que a ideologia, até por que ele não a tem muito definida. Esquecem (PSDB, DEM e PPS, principalmente) que sua excelência a metamorfose ambulante é primeiro e único. Ninguém, a não ser ele, sobreviveria incólume ao mensalão, aos dólares na cueca, aos acordos espúrios, às erenices, paloccis e à sua própria e imensa limitação intelectual, exposta dolorosamente quase diariamente, durante oito anos seguidos.
     A simples possibilidade de transformar o universo político brasileiro oposicionista numa simples escolha entre dois nomes deveria envergonhar os representantes desse conglomerado liderado pelo PSDB.
     Sérgio Guerra, atual presidente do PSDB e candidato único à reeleição, garantiu à repórter Carolina Freitas, do site da revista Veja, que a convenção não irá sacramentar blocos e/ou grupos. E acenou com a integração efetiva do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nos debates e na definição dos caminhos dos tucanos. Caberia a FHC presidir um futuro Conselho Político do partido, que teria como membros, entre outros, os dois últimos candidatos derrotados à presidência, José Serra e e o governador paulista Geraldo Alckmin.
     Haja espaço para tanto ego.

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