terça-feira, 10 de maio de 2011

A ministra e a 'receita amarga'

     A ministra Ana de Hollanda está provando a receita amarga petista de fuzilar reputações. Confrontada desde o início de sua gestão à frente do Ministério da Cultura (as primeiras acusações remetiam à sua "falta de experiência"), entrou em uma queda-de-braço com o 'intelectual' Emir Sader e, aparentemente, teria vencido, ao vetar sua nomeação para a pasta.  
     Ana, ao que tudo indica, não levou em conta a imensa capacidade dos integrantes do seu partido (ela diz que não é filiada ao PT, mas ...) de plantar dossiês e notícias difamatórias. Se são capazes de criar, fica tudo mais fácil quando há fatos que não podem ser desmentidos, embora tenham importância relativa.
     Foi o que aconteceu há alguns dias, com o vazamento da notícia de que a ministra recebia diárias quando estava de folga, na sua casa, no Rio de Janeiro. Atingida, a ministra será obrigada a devolver aos cofres públicos um valor que talvez nem seja relevante financeiramente, mas que representa uma golpe na sua credibilidade.
     Hoje, mais uma estocada, com requintes de crueldade. Das hostes governamentais, surgiu a informação - publicada por diversos jornais, entre eles a Folha de São Paulo - da autorização para a captação de R$ 1,9 milhão para a primeira turnê da cantora Bebel Gilberto no Brasil. A notícia não teria muita repercussão exceto por um, digamos, detalhe: Bebel, filha de João Gilberto e Miúcha, é sobrinha da ministra.
     Há, certamente, quem esteja brindando esse momento, talvez com o cálice de vinho tinto de sangue celebrado por seu irmão, Chico.
     À ministra Ana, talvez reste declamar um trecho de famosa composição do irmão, que leva seu nome, atrelado a uma procedência, Amsterdã: "Arrisquei muita braçada; Na esperança de outro mar: Hoje sou carta marcada: Hoje sou jogo de azar". E torcer para que passe de "amanhã".

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