terça-feira, 3 de maio de 2011

Uma aventura caribenha - Capítulo 14

Sozinho, na imensidão das águas, um pescador conduz sua canoa


Terça-feira, 27/07/99 - Um mergulho no Paraná da Eva

     Paraná da Eva, Amazonas (21h49) - Às 9 horas, em ponto, como previa o comandante da nossa embarcação, deixamos o Rio Madeira e invadimos o Amazonas, com suas águas escuras, ainda sob a clara influência do Rio Negro. As águas do Negro e a torrente barrenta do Solimões, que se juntam para gerar o formidável Rio Amazonas, correm virtualmente separadas por quilômetros, num fenômeno famoso em todo o mundo.
     O Amazonas, ainda cheio, já vinha interferindo em nossa viagem há algum tempo. Seu enorme volume de água estava bloqueando a saída do Madeira, que inchou, cresceu, se espalhou pelas margens.
     A solidão também acabou. Agora, seguidas feridas nas margens mostram que o homem está ali, lutando para sobreviver. Nosso comboio, quase do tamanho de um campo e meio de futebol (duas balsas de 65 metros e o rebocador, com seus 30 metros), por obra e graça do comandante Moisés, navega bem perto das margens, nos jogando na intimidade das populações ribeirinhas.

Os contêineres transportados nas balsas formam paredes da altura de pequenos prédios

     É possível, até, ver pedaços de sala, pelas janelas abertas. Em determinadas ocasiões, passamos a não mais de dez metros da margem. "Não há perigo. O canal aqui tem p'ra mais de oito metros", nos tranquiliza o comandante Moisés. Do começo da tarde em diante navegamos pelo Paraná da Eva, um braço do rio, uma espécie de atalho no caminho que nos leva a Manaus, com suas águas ainda mais escuras do que as do Amazonas/Negro.

Na cheia, as águas invadem a mata
   
As áreas alagadas tomaram a paisagem. Campos, pastagens. Muitas árvores mostram apenas a copa de fora, os troncos mergulhados.

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