sexta-feira, 27 de maio de 2011

Uma nova chance de vida

     Sou o que posso classificar como um crítico rigoroso do atual prefeito do Rio de Janeiro, o convertido Eduardo Paes. Muito mais pela sua falta de identidade ideológica - seja ela qual for - do que pelas suas artes de governança, embora essa seja claramente ampliada à base de factóides e golpes de marketing, bem no estilo do seu antecessor.
     Mas seria injusto comigo mesmo - nem tanto com ele - se não aplaudisse a decisão tomada ontem, em parceria e de acordo com os órgãos de proteção à infância e juventude, com relação a essa legião abandonada nas ruas e vítima dos males abissais do crack.
     Desde ontem, aqui no Rio, prevalece a lógica, a decência, o respeito à dignidade, a admissão da responsabilidade do governo municipal com uma parcela enorme de seus governados. Jovens e crianças recolhidos nesses lugares deprimentes - chamados de 'cracolândias' - não mais serão abandonados à própria infelicidade, por conta de uma interpretação demagógica, 'politicamente correta', do que vem a ser o direito à autodeterminação.
     Finalmente um ente do Estado - e por estado entenda-se a nação - assume sua obrigação e desenvolve um projeto destinado a cuidar e livrar do vício, da degradação e da morte prematura uma geração que apenas sobrevive, e da maneira mais miserável.
     A esses jovens e crianças, ao menos, será oferecida - esperamos todos - a oportunidade de conquistar um espaço digno na sociedade.

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