domingo, 15 de maio de 2011

Palocci dá goleada em Cristo

     Num outro cenário - ou época - o ministro Antônio Palocci, da Casa Civil, estaria demitido (ou demissionário) a partir da leitura da manchete da Folha de hoje. Segundo reportagem de Andreza Matais e José Ernesto Credendio, o superministro (novamente cotado para uma futura disputa presidencial), em quatro anos, conseguiu o milagre de multiplicar seu patrimônio por 20. Algo capaz de deixar até Jesus Cristo envergonhado.
     Dono de modestos R$ 375 mil até 2005, Palocci - entre 2006 e 2010 -, conseguiu passar para uma fortuna considerável, que beira os R$ 7,5 milhões. A explicação para tamanho sucesso? Como todas as apresentadas por petistas, quando pegos em situações embaraçosas, foi a mais prosaica possível: ganhou essa grana toda fazendo consultoria.
     Talvez não haja, no mundo, alguém tão bem-sucedido nesse ramo. No Brasil, seu rival mais próximo é o deputado cassado José Dirceu, outro que se especializou em aconselhar empresas com interesses no Brasil. Não por acaso, ambos fizeram e continuam fazendo parte da liderança da imensa máquina que tomou de assalto todos os níveis da administração pública nos últimos oito anos e meio.
     A bem da verdade, num país politicamente menos indigno, Palocci jamais ocuparia algum cargo de destaque em qualquer governo. Não podemos esquecer que ele foi o responsável por um dos muitos atos de vilania praticados pelas administrações petistas, ao coordenar - quando era ministro da Fazenda - a quebra de sigilo bancário de um simples caseiro que, inocentemente, afirmara tê-lo visto em reuniões não-republicanas, em uma casa bem tolerante nas margens do Lago Paranoá, em Brasília.

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