quarta-feira, 11 de maio de 2011

Uma aventura caribenha - Capítulo 18


Domingo - 1/08/1999 - Retratos do Brasil
      Caracas - Alguns personagens, por um motivo ou outro, ganharam destaque nos textos anteriores desse misto de diário e reportagens. Outros, embora também marcantes, ficaram numa espécie de lista de espera. O momento deles chegou.
      A policial - Nós poderíamos esperar qualquer coisa, menos aquela aparição, ali, na meio da Amazônia, mal saídos da reserva Waimiri Atroari. Mas ela estava lá, ordenando nossa parada. Alta, loura, olhos claros, a policial - é isso mesmo, 'A' – parou nosso comboio e, ao contrário das vezes anteriores, quando a curiosidade era a maior motivação dos policiais, deu uma dura.
      Documentos, seta, faróis, luz de freio, um verdadeiro desfile de autoridade e charme. Imaginamos que tenha gasto pelo menos meia hora só para definir o lugar exato do cinturão onde prenderia a algema, transformada num símbolo atávico. Mais afastado, um grupo de policiais observava a performance.
     Amigos, foi um show. Confesso, no entanto, que desejamos, por alguns momentos, ser seus prisioneiros.

Embora um tanto fora de foco, achei que a foto do menino em meio às bananas merece um espaço

      O indiozinho - Tinha quatro anos e a cara mais sem-vergonha do mundo. Apareceu no barco no qual cruzamos o Rio Madeira, acompanhando os irmãos mais velhos, que foram oferecer, de canoa, produtos à tripulação. Ficou espremido entre cachos de banana, fingindo não estar gostando do assédio fotográfico. Dissimulou até que não resistiu e sorriu para nós, como toda criança. O irmão mais velho também fez pose, ao meu lado, com um boné do ... Vasco. No meio da floresta, um 'irmão' de paixão.

Um encontro de torcedores, em pleno Rio Madeira, fotografado por Alexandre Viana

     O antenado - Estávamos parados num posto, em Presidente Figueiredo, cidade a 100 quilômetros de Manaus, famosa por suas belas cachoeiras, quando fomos interrompidos por um menino de dez anos, uniforme de escola, que chegara de bicicleta. "Vocês vão para o Caribe?", perguntou, já afirmando. "Como é que você sabe?", retruquei. "Vi na televisão", sorriu. Estava antenado.

PS: Contornamos a tentação de fotografar nossa musa uniformizada.

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