Um velho amigo dos tempos da editoria de Esportes do velho e, na época, decente Jornal do Brasil, Vicente Sena, ao comentar um texto em que eu criticava o apoio chinês, cubano e russo ao regime assassino da Síria, perguntou se eu não me importava, também, com a falta de liberdade em países 'amigos' do Ocidente, como a Arábia Saudita, por exemplo. Respondi que sim, é claro. Para mim, não importa a cor da ditadura. Parodiando um adágio antigo, se há ditadura, sou contra.
Assim como critico veementemente o bufão venezuelano Hugo Chavez, o inimigo número um da liberdade de imprensa (pelo menos na América Latina), não posso ignorar mais um atentado aos direitos universais - entre tantos outros - praticado pelo rei Abdullah, da Arábia Saudita.
Bem ao seu estilo, sua majestade acaba de assinar uma emenda tornando ainda mais dura a legislação que restringe críticas aos funcionários do Estado, aos religiosos e, em especial, ao mufti, um pesonagem que tem o direito de interpretar a lei islâmica. Paralelamente, a decisão limita drasticamente qualquer ato que possa, de algum modo, levar à contestação do regime, cercado de revoltas por todos os lados.
Lá, só 'críticas a favor', as únicas aceitas por ditadores e candidatos a intérpretes únicos da vontade popular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário