Podemos inferir, com base nessa constatação, que, na visão do Planalto, um deputado federal do PT e ex-ministro da Fazenda receber R$ 20 milhões em apenas dois meses (por coincidência, nos dois meses que se seguiram à eleição da presidente), depois de ter comprado um suntuoso apartamento (R$ 6,6 milhões) e um superescritório (R$ 800 mil) é algo absolutamente normal, corriqueiro.
Ou, como destacou o prestigitador-mor da República, ontem, durante encontro com os senadores Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá, entre outros luminares do PMDB, o resultado do trabalho de consultoria "do Pelé da economia".
A cena envolvendo a presidente do Brasil e seu ministro da Casa Civil não poderia ter sido mais constrangedora. Palocci, com a expressão de menino pego roubando doces de uma compoteira, teve que ouvir Dilma Roussef garantir que ele está explicando tudo a quem de direito.
Esquece, a presidente, que ela e seus ministros devem explicações, sim, mas à sociedade, que assistou, também, nas últimas horas, a uma inédita intervenção direta em um Governo recém-eleito, promovida pelo ex-presidente que prometera sair do foco dos holofotes.
A presidente, além do papel lamentável a que se submeteu, deixou evidente, ontem, que foi atropelada no exercício do mais importante cargo do país.
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