segunda-feira, 16 de maio de 2011

João Paulo ataca de novo

     O ex-presidente da Câmara e atual deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) deu mais uma prova inequívoca do desrespeito que ele e seu partido devotam à sociedade. Em um programa na Rede TV, garantiu ao jornalista Kennedy Alencar que não houve o assalto aos cofres públicos que convencionou-se chamar de mensalão. Não satisfeito, alegou que tudo não passou de um erro político do PT nos acordos com seus aliados. O vídeo dessas sandices - para quem ainda duvida da inesgotável capacidade de essas pessoas manipularem a verdade - está disponível na página da Folha.
     O nobre deputado certamente aposta na falta de memória da população, mais preocupada - é verdade - com os gols de Neymar, e na pusilamidade de alguns setores do jornalismo, incapazes de se insurgir contra essas tentativas de reescrever os fatos.
     De todos os envolvidos no que a Procuradoria Geral da República classificou de quadrilha, João Paulo talvez tenha sido o protagonista do momento mais deprimente. Sua mulher foi flagrada no caixa de uma agência bancária, em Brasília, embolsando R$ 50 mil que haviam sido repassados pelo publicitário Marcos Valério.
     Confrontado, na época, o então presidente da Câmara mergulhou numa série de explicações que foram demolidas uma a uma. A mais prosaica: sua mulher fora ao banco pagar a conta da tevê por assinatura. Desmoralizado, o deputado recolheu-se a um conveniente silêncio, contando com o esquecimento.
     O escândalo do mensalão - o mais sério de toda a história política brasileira -, por arte e graça da proverbial lentidão da Justiça, foi sendo atropelado por outros fatos. Lula, o principal beneficiário do crime, foi reeleito, elegeu Dilma Roussef e João Paulo voltou aos holofotes, renovado, ao que parece. Tanto que foi indicado para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Comissão de ... Justiça.

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