quinta-feira, 19 de maio de 2011

O caseiro foi obrigado a falar

     “Por que ele não explicou de onde veio o dinheiro? Na minha época, eu tive que explicar”.
     Responder a esse misto de desabafo e interrogação, feito pelo ex-caseiro Francenildo dos Santos Costa ao site da revista Veja, deveria ser a grande prioridade das autoridades brasileiras. Ele resume, por simples e direto, tudo o que deve estar se passando na cabeça das pessoas de bem desse país.
     Francenildo é um daqueles brasileiros que o partido do ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, jura defender. "Meu patrimônio são meus filhos", disse à repórter Mirella D'Elia. Francenildo - é bom que a sociedade não esqueça - teve seu sigilo bancário quebrado pela Caixa Econômica Federal, há cinco anos, sob a 'suspeição' de ter recebido R$ 30 mil para dizer que vira o então ministro da Fazenda - o mesmo Palocci de agora - frequentar uma mansão no Lago Sul, com fama de receber lobistas etc (por etc, cada um pode entender o que quiser...).
     Compelido, o ex-caseiro foi obrigado a expor sua vida, ao revelar que o dinheiro viera de seu pai biológico, que não assumira a paternidade. Francenildo perdeu o emprego, quase perdeu a família e vive de bicos, com  os quais - segundo a Veja - ganha cerca de R$  1 mil por mês.
     O ministro, em virtude do escândalo - o de 2006, não o de agora -, foi obrigado a sair do governo. Eleito deputado federal por São Paulo, conseguiu o milagre de multiplicar seu patrimônio por 20, graças ao que classifica de consultorias. Novamente ministro, teima em não revelar a fonte do seu sucesso. Francenildo contou tudo.

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