quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palocci sobrevive a escândalos

     O ainda ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, é um sobrevivente. Ninguém, nem mesmo no Brasil - exceto o inimputável ex-presidente Lula -, teria fôlego para emergir de tantos casos nebulosos ao longo da carreira. Imaginemos, apenas como exercício de raciocínio, um ministro do PSDB que acumulasse acusações que vão de uma simplória corrupção (receberia R$ 50 mil mensais de uma quadrilha que fraudava licitações, quando era prefeito de Ribeirão Preto, de 1993 a 1996) ao estupendo enriquecimento registrado nos últimos quatro anos, passando por montagem de 'caixa 2' para o partido, com recursos criminosos, e a quebra de sigilo bancário de um prosaico caseiro. Não restaria pedra sobre pedra na República.
     CUT e MST estariam incendiando o país com invasões, greves e passeatas. Jornalistas de aluguel, sociólogos e cientistas políticos da UFF, de barbicha e rabicho de cavalo, estariam na Globo News denunciando nervosamente o envolvimento do governo neo-liberal com a corrupção, entremeando seus discursos com disfarçados vivas aos regimes cubano e iraniano, críticas severas a Israel e lamentações pelo assassinato de Bin Ladem, não necessariamente nessa ordem. As redes sociais seriam invadidas por maltas de revolucionários dispostos a quebrar vidraças de bancos e de redes americanas de fast-food. O Governo certamente não resistiria e, como se fora um vulgar bando collorido, seria enxotado de Brasília a pontapés nos fundilhos.
     Mas Palocci é do PT, participou de todo o processo que levou o partido à presidência. Conheceu os bastidores das campanhas. É tão importante que obrigou o próprio Lula a reunir a companheirada senadora para apoiá-lo. "Não há provas", gritam o ex-presidente e seus seguidores. "Houve vazamento de dados", ecoa o ministro Gilberto Carvalho, o carregador de malas não muito republicanas, segundo denúncia aceita pela Justiça de São Paulo.
     A CUT? Está agindo, sim. Nos dois estados do Nordeste governados pela oposição (Alagoas - PSDB; e Rio Grande do Norte - DEM). O MST também não ficou parado: mantém a taxa de invasões do 'psdbista' São Paulo. No Rio Grande do Sul, ao que parece, os 'problemas agrários' foram solucionados nos cinco meses de governo do petista Tarso Genro.
     E assim caminha o Brasil.

     PS: Já ia esquecendo: o Estadão publica matéria do repórter Fausto Macedo sobre o incrível esquema de corrupção em Campinas, município partilhado entre PDT e PT. Segundo a matéria, um amigo do peito do ex-presidente, o pecuarista e empresário José Carlos Bumlai, apontado como o articulador da maracutaia, estaria decidido a usar o artifício da delação premiada para "proteger Lula".

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