sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tragédias repetidas

     O Jornal Nacional tem exibido cenas de dor e sofrimento das milhares de pessoas atingidas pelas enchentes que afetam vários estados do Norte e do Nordeste, Pernambuco e Alagoas em especial. Nos depoimentos, uma constante: o sofrimento pela segunda ou terceira perda dos bens em seguida. "Os móveis eram novos, nem tinham um ano", lamentavam os desabrigados, mostrando o que havia sobrado das cheias.
     As cenas poderiam ter sido gravadas no ano passado. Ou provavelmente poderão ser usadas ano que vem. A essência é a mesma: pessoas miseráveis ocupam áreas de risco; são atingidas por fenômenos naturais, ampliados pela agresão ao ambiente; ficam afastadas por alguns dias; e voltam aos mesmos lugares; onde novamente serão vítimas.
     Em maior ou menor escala, essa realidade é comum a todo o país. Não há uma política habitacional permanente, e sim projetos paliativos, que mal atendem às vítimas do dia-a-dia. Como não há programas dignos de saúde e educação. Os governos normalmente esboçam reações aos fatos consumados. Isso, quando reagem.
     A Região serrana do Estado do Rio de Janeiro é um exemplo dessa realidade: continua convivendo com as feridas da catástrofe do início do ano. Ainda há locais inantigíveis, pessoas desaparecidas. A cidadania é apenas uma perspectiva.

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