domingo, 15 de maio de 2011

A morte do Congresso

     A principal reportagem de hoje, de O Globo, retrata com exatidão o sentimento que venho expressando nos textos postados aqui no blog. Nosso Congresso definitivamente abdicou do poder de legislar, de participar efetivamente da vida nacional, de discutir, de repercutir anseios. Cordatamente, praticamente limita-se aprovar as Medidas Provisórias enviadas pelo Governo e que, de fato, entram vigor quando da sua emissão.
     Se nossos representantes decidissem votar todos os projetos pendentes, mostra a reportagem de José Casado, seriam necessários mais de cem anos de trabalho ininterrupto. O novo Código Florestal - que tantas divergências vem criando -  é um exemplo da melancólica atuação de deputados e senadores: está para ser votado há 12 anos.
     Essa acomodação - para usar um termo mais brando - vem se acentuando progressivamente, graças à desclassificação dos componentes das duas casas mais importantes do cenário do debate político. Não há ideologia, compromissos. Há interesses pessoais, luta por cargos em qualquer escalão e muita, mas muita mesmo, mediocridade. Um país não elege tiriricas, joões paulos e romários impunemente.
     Limitados e omissos, nossos congressistas tratam, apenas, de construir seus futuros, a partir do presente. Com essa atitude, contribuem para o descrédito das intituições e aprofundam o desprezo que grande parcela da população sente pela política. Desprezo que, sabiamente, vem sendo usado por mistificadores e pretensos iluminados.

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