quarta-feira, 11 de maio de 2011

Justiça na medida certa

     Nossos veículos de comunicação estão dando destaque às entrevistas de alguns filhos e das cinco mulheres do terrorista Osama bin Ladem. Paralelamente ao lamento, acusam os Estados Unidos de não terem respeitado os direitos do maior assassino dos últimos 20 anos, que teria sido simplesmente executado.
     É até possível entender que filhos e esposas - é isso mesmo, o chefe da Al Qaeda tinha, pelo menos, cinco mulheres (uma delas 'desposada' aos 16 anos), algo, digamos, cultural - estejam sofrendo. Imagino que os filhos de Adolf Hitler, se ele os tivesse, também teriam sofrido com a morte do pai. Assim como admito que os filhos de outros genocidas, como Stalin e Mao, tenham sentido, quando o diabo os levou.
     Aqui no meu canto, ainda lamento, profundamente, o assassinato de quase três mil pessoas no 11 de setembro de 2001, assistido, ao vivo e a cores, em todo o mundo livre. Repudio com vigor as execuções de dezenas de ocidentais, por fanáticos, a golpes de espada, na frente das câmeras. Choro ao ver, na tevê, inocentes sendo estraçalhados por maníacos suicidas. E confesso que o extermínio de judeus, por um psicopata, também me marcou muito, embora não tivesse vivido aquela época sombria.
     A morte de Bin Ladem, não. Não faço parte dos grupos que festejam mortes, mesmo as de elementos perniciosos, nefastos. Mas não sou hipócrita para lamentá-las. O mentor do maior assassinato do século, até agora, teve mais do que mereceu. Do tiro na cabeça ao sepultamento em lugar incerto. O mundo decente não podia se dar ao luxo de tratar seu maior inimigo com a justiça que ele jamais ofereceu às suas vítimas.

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