quinta-feira, 26 de maio de 2011

O Código Florestal é do Governo, sim

     A cada comentário, título ou notícia sobre a 'derrota' do Governo na aprovação do novo Código Florestal, mais eu me sinto tratado como um idiota - ou por idiotas. Nunca, jamais, em tempo algum, houve um governo com tão acachapante maioria no Congresso. Nada - repito, nada - é aprovado sem o aval dos partidos da base governista, especialmente o PT, o maior deles, o mais importante, o líder.
     Essa tentativa ridícula de tentar separar o governo dos eventuais vícios contidos no Código é mais um factóide, comprado e disseminado por jornais e jornalistas - incluindo  em especial os mistos de artistas e comentaristas da Globo News - que não se dão sequer ao trabalho de parar e pensar por alguns minutos, antes de divulgar o que interessa apenas  à imagem que o Planalto tenta nos impingir. Se o Código é ruim e danoso ao ambiente, devemos cobrar, sim, do Governo. Acusar a 'bancada ruralista' da Câmara é uma bobagem sem limites. Foram 410 votos a favor e apenas 63 contra. Haja ruralista ...
     O caso da emenda que exime de multa os desmatadores, embora tenha sido aprovado por uma margem bem menor, também não pode ser atribuído apenas aos demônios da oposição. Insisto: nada acontece nesse país sem o apoio da base de sustentação da presidente da República. Uma base heterogênea, composta pelo que há de mais pernicioso na vida pública. Mas é a base que o Governo escolheu e acolheu para efetivar o projeto de poder petista. E que funciona à sua semelhança.
     Dirão alguns ingênuos - como se existisse essa categoria na política - que o Governo foi vencido, traído até, por parlamentares sem escrúpulos e interessados apenas em vantagens pessoais. A presidente Dilma, não. Ela seria a defensora perpétua das florestas, uma espécie de D. Pedro I da Amazônia.
     A julgar pelo raciocínio simplista que o Governo tenta nos impor, a base governista só é boa quando impede a convocação de ministros e afins envolvidos em falcatruas e amplia o tempo de tevê nos períodos eleitorais. Nos demais casos, seria um amontoado de partidos de aluguel, politicos venais e aspirantes a cargos, qualquer cargo.

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