terça-feira, 8 de maio de 2012

Vilania na rede

     Merval Pereira Filho, assim como a Veja, não precisa de defensores. Tive o prazer de conviver com ele - ambos repórteres - no início de nossas carreiras, no O Globo, no início dos anos 1970. Nós nos reencontramos anos depois, em uma das fases ainda dignas do velho Jornal do Brasil. O ótimo jornalista que se adivinhava desde o início mostrou sua capacidade ao escalar todos os degraus da profissão, ate culminar com a eleição para a Academia Brasileira de Letras.
     Certamente esse sucesso inquestionável gerou uma inveja doentia, alimentada pelo ódio à liberdade de expressão, às críticas normalmente irrespondíveis que desenvolve diariamente na sua coluna. É difícil, eu imagino, ser obrigado a ler as análises de Merval e sentir na pele a repercussão de seus textos sempre bem elaborados e independentes.
     A turma que vive à sombra dos cofres públicos fica indócil e descarrega toda sua frustração em campanhas mentirosas, vigaristas. A indústria da vilania é um dos preços a pagar pela democrática explosão das redes sociais. Muitos dos que distorcem fatos, escamoteiam verdades e acusam sem provas são simplesmente degenerados. Mas a maioria absoluta soma desvio ideológico e interesses financeiros.
     O mais grave, nessas campanhas sórdidas, é que o mal está enraizado em uma classe que, por definição, deveria primar pela defesa da liberdade. Discordar é um direito de todos, que deve ser estimulado. O contraditório - digo sempre - é uma conquista da democracia. O respeito, no entanto, deve ser um requisito.
     Merval e Veja não precisam de advogados, insisto. A turma do Mensalão e parceira do Cachoeira, sim.

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