terça-feira, 22 de maio de 2012

Futebol e violência

     Nunca participei de torcidas organizadas, ou algo semelhante, apesar de frequentar arquibancadas e gerais desde sempre e da minha declarada e reconhecida paixão pelo Vasco. Confesso que a vibração de algumas 'entidades', como a Força Jovem, mexiam com meus sentimentos, quando entravam no Maracanã. Mas isso foi acabando.
     A recorrentes brigas e enfrentamentos entre torcidas adversárias, as agressões estúpidas, os crimes e o vandalismo me afastaram dos estádios. Ainda acompanho, pela tevê, a festa nas arquibancadas, mas não consigo dissociá-la da violência, da mais absoluta falta de esportividade. Já escrevi aqui mesmo, em algumas ocasiões, que minhas filhas, Flávia e Fabiana, muito novas ainda, aprenderam a gostar do Vasco nas arquibancadas. Iam comigo aos jogos, nos anos 1980 e 1990 (Flávia com muito maior intensidade), sem restrições ou receio.
     Hoje, repito também, não levaria meus netos a jogos decisivos ou de maior rivalidade. O risco não compensaria o prazer. Por isso, me vejo compelido a aplaudir a decisão do Ministério Público de São Paulo, que entrou com ações civis destinadas a extinguir, especialmente, seis das tais torcidas organizadas: a palmeirense Mancha Verde; a corintiana Gaviões da Fiel; Serponte e Jovem Amor Maior, da Ponte Preta; e Guerreiros da Tribo e Fúria Independente, do Guarani.
     O motivo é um só: "o envolvimento dessas agremiações em atos de violência". O exemplo paulista deveria ser exportado para todo o país e vigorar, a partir de uma avaliação séria do comportamento dessas torcidas, que marcham - literalmente - para os estádios como se partissem para a guerra.

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