sábado, 5 de maio de 2012

Luto no futebol

     Nossos jornais noticiam, hoje, dois fatos lamentáveis que remetem ao mundo do futebol. No Rio, morreu o torcedor rubro-negro que foi massacrado por vândalos que se dizem torcedores do Vasco, domingo passado. Foi mais uma vítima desse mundo irracional que transformou saudáveis adversários em inimigos mortais. O Globo nos relembra que o jovem assassinado estava no ônibus que um bando de degenerados tomou de assalto ao fim da decisão da Taça Rio, vencida pelo Botafogo.
     Sou Vasco desde que me entendo por gente. Acompanho futebol desde o tempo de Barbosa, Belini, Orlando, Sabará, Pinga. A rivalidade já existia nessa época, é claro. É uma rivalidade antiga, que remete à segunda década do século passado. Mas não havia - eu não lembro - esse ódio absurdo, que transforma pessoas comuns em criminosos e altera o comportamento de quem deveria se pautar pelo respeito ao próximo.
     Um dos meus melhores amigos de infância era rubro-negro. Íamos ao Maracanã para assistir aos jogos dos nossos times, sem medo. Para tornar nossos fins de semana menos caros, nos alternávamos entre a velha geral e a arquibancada. Essa realidade ainda perdurou por algum tempo. Frequentei a arquibancada com minhas filhas - especialmente a mais velha -, ambas vascaínas. Hoje, não teria coragem de levá-las. As brigas e confusões explodem até mesmo entre os torcedores do mesmo clube.
     A outra notícia que não me fez bem refere-se justamente ao Flamengo, que estaria muito perto de receber, de volta, o goleiro Bruno, acusado da morte da jovem Elisa Samúdio, um crime bárbaro, fruto de mentes doentias. Ainda não li qualquer desmentido a respeito. Não quero acreditar. Prefiro pensar que o advogado do ex-jogador está criando factoides. O futebol não merece conviver com criminosos, dentro ou fora de campo.

Um comentário: