quarta-feira, 16 de maio de 2012

A bolha do crédito

     O consumo é, eu até entendo, um dos caminhos para manter um país em crescimento. Os estímulos, portanto, sempre serão bem-vindos, mas desde que atrelados a uma saudável preocupação com o equilíbrio das contas. Há algum tempo, cheguei a arriscar um comentário sobre o que eu imaginava que pudesse ser uma 'bolha' prestes a explodir e comprometer a economia, como no caso americano da crise imobiliária.
     As facilidades creditícias, a julgar pelos últimos números divulgados pela Serasa e publicados em O Globo, estão começando a cobrar seu preço. A inadimplência do consumidor cresceu 4,8% em abril, se comparada a março, historicamente o pior mês do ano. Foi, segundo destaca o jornal, a maior alta desde 2002.
     Se comparada ao mesmo mês do ano passado, a inadimplência aumentou estratosféricos e perigosos 23,7%. E, aí, entra em campo uma equação difícil de ser elaborada. Com o aumento da inadimplência, a tendência dos agentes financeiros é aumentar a taxa de juros, para compensar o calote. Os que pagam em dia pagariam, também, pelos que não cumprem com suas obrigações, que, por sua vez, não conseguiriam quitar seus compromissos, gerando uma bola de neve.
     É uma encruzilhada. Crédito fácil e amplo faz bem e pode até engordar a economia, em um primeiro momento. Mas também pode cobrar seu preço mais adiante.

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