sexta-feira, 4 de maio de 2012

A 'Veja' incomoda muita gente

     Não tenho procuração alguma da Veja. Jamais trabalhei em qualquer empresa do Grupo Abril e conheço apenas uns poucos jornalistas da revista, quase todos de gerações posteriores à minha. Portanto fico bem à vontade para repudiar o ódio que transpira de publicações menores, de postagens nas redes sociais, sentimento que se iguala, em pobreza de espírito, aos do ex-presidente Fernando Collor, cuja queda começou a se acentuar quando a revista publicou uma entrevista atordoante com seu irmão, denunciando todo o esquema de corrupção que envolvia o Governo.
     É o mesmo ódio que o PT, em especial, devota à liberdade de expressão, ao jornalismo que não diz amém a tudo que emana das mentes conturbadas de pessoas que traíram tudo o que diziam defender, aparelharam o estado, envolveram-se nos mais sórdidos esquemas de corrupção, institucionalizaram o assalto aos cofres públicos, abraçaram antigos inimigos mortais, ladravazes históricos. Tudo em nome de um projeto de poder.
     A afinidade entre os ex-presidentes Collor e Lula (quase escrevi com dois 'eles', também) é emblemática. Unidos, defendendo-se em todas as situações, os dois antigos polos opostos são a encarnação da morte da ideologia, da coerência. Em ambos, viceja a visceral repugnância à liberdade de opinião, adeptos que são da vassalagem. Odeiam a Veja, principalmente, por ter exibido a imundície que imperava e ainda impera no país.
     Por extensão, essa é a parceria coonestada pelo coro que reage a cada capa de Veja, a cada artigo que disseca os intestinos do Poder que se instalou no país há nove anos. Pior: por trás da gritaria, sabemos que há não apenas uma identificação ideológica (por si só deplorável), mas as verbas que regam generosamente as contas amigas. Não contestam a essência - seria impossível, face às provas -, mas eventuais métodos de apuração.
     Fazem elocubrações, acusações, mas não conseguem desmentir os fatos. E os fatos estão postos: nunca, jamais, em tempo algum, a corrupção foi tão acentuada e alastrada no país. De exceção, passou a ser a regra. A estrutura administrativa brasileira está assentada nos métodos mais viciados, na troca escandalosa de favores, na promiscuidade das relações entre governantes, empresários e contraventores e contraventores empresários.

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