quinta-feira, 17 de maio de 2012

O peso do Estado

     Duas das mais representativas empresas brasileiras - A Petrobras e a Vale - estão pagando o preço do uso político, da ingerência do Planalto nas suas administrações e vocações. A enorme perda de valor de mercado, revelada hoje em O Globo, com base em avaliação de uma consultoria internacional especializada, acende um luz e emergência, especialmente quando está em jogo o patrimônio do país.
     A Petrobras, acossada pela comemorada alta do dólar, registrou uma considerável perda no lucro líquido e foi superada pela colombiana Ecopetrol no ranking das empresas com maior valor na América Latina. Isso, apesar de a Colômbia continuar vivendo momentos de conflagração interna, com o recrudescimento das atividades dos mistos de bandidos e guerrilheiros das FARCs.
     Entre outros argumentos e justificativas para a perda de R$ 31, 5 bilhões no seu valor, a Petrobras alinha a defasagem no preço do combustível, que estaria sendo mantido artificialmente, apesar de ser um dos mais caros do mundo.
     É uma admissão, atravessada, de incompetência e falta de planejamento. A tão propalada autussuficiência da extração de petróleo - usada sem o menor pudor pelo governo anterior - mostrou-se incapaz de atender às demandas de uma economia aquecida. Não há estrutura de refino para atender ao mercado interno, o que nos obriga a importar em quantidades cada vez maiores. A produção está parada em insuficientes 2,6 milhões de barris por dia. O Brasil continua dependendo dos ventos externos para mover sua frota.
     Quanto à Vale, a interferência na substituição da presidência, há um ano, estimulou a desconfiança na empresa, obrigada a atender não às suas prioridades, mas a uma diretriz estabelecida no Planalto, seu real controlador.
     São duas evidências claras dos males que uma agenda político-ideológica pode fazer a um país e só reforçam uma das minhas convicções: quanto menos estado, melhor para todos.

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