quinta-feira, 17 de maio de 2012

CPI sacramenta um acordo indigno

     Depois de um começo de dia animador, a decepção com um acordo formatado, mais uma vez, entre quatro paredes, de um modo indigno, comum em Brasília. A tal CPI instituída, em tese, para esmiuçar as relações canalhas entre o contraventor Carlinhos Cachoeira, políticos dos mais diversos matizes, governos municipais, estaduais e federal, está decidida, mesmo, a ignorar o lamaçal anunciado. Nossos dignos congressistas (deputados e senadores) optaram por livrar governadores, colegas seus e a empreiteira Delta (em termos nacionais)do risco representado pela quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico. O pacote de bondades beneficiou até mesmo o empresário Fernando Cavendish, presidente 'licenciado' da filha pródiga do do PAC.
     É claro que essa vigarice foi comandada pelo PT e pelo PMDB, parceiros 'ideológicos' de toda hora, mas também contou com o desprezível apoio de representantes da oposição, certamente interessados em preservar os governadores goiano, Marconi Perillo, e do Tocantins, Siqueira Campos, ambos do PSDB. Esse acordão asqueroso livra, pelo menos por enquanto, também os governadores do Distrito Federal (Agnelo Queiroz, do PT) e do Rio de Janeiro (Sérgio Cabral, do PMDB), além dos beneficiários das tenebrosas transações entre a Delta e Governo Federal, através do PAC.
     É mais uma demonstração da tragédia moral que assola nosso país. A CPI, formatada por Lula - o mais medíocre presidente brasileiro de todos os tempos - para atingir a Oposição e esvaziar o julgamento da quadrilha do Mensalão de seu governo, assustou o Governo, principalmente quando foram divulgadas as relações espúrias - diretas ou indiretas - com a empreiteira Delta.
     Falando à Folha de São Paulo, dois dos próceres petistas, ambos paulistas, deram o tom da pilantragem que vão tentar vender ao país:  "Nós não vamos fazer devassa", disse o deputado Cândido Vaccarezza. "A generalização cheira a devassa", completou deputado Paulo Teixeira.
      E assim caminha o Brasil, no que parece ser uma inexorável marcha para a impunidade, para a aceitação de crimes e criminosos, para o conluio com malfeitores. Tudo com as bênçãos do Poder.

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