sexta-feira, 18 de maio de 2012

Fiz, mas fui autorizado

     Fernando Pimentel, ainda ministro do Desenvolvimento e outras coisas, é um dos fenômenos da congregação petista dos últimos tempos. Mal-saído da prefeitura de Belo Horizonte e já envolvido na campanha presidencial de Dilma Rousseff, inovou e revolucionou o programa destinado a ganhar dinheiro fácil em palestras para um público interessado, na verdade, no que não é dito.
     Recebeu, da Federação das Indústrias de Minas Gerais, cujos associados tinham e fariam contratos com a Prefeitura, algo em torno de R$ 2 milhões para não dar palestras. É isso mesmo: recebeu essa bolada sem ter que abrir a boca um minuto sequer. Pelo menos, em tese, 'poupou' uma centena de pessoas de ouvir mesmices e palavras escritas por assessores. Evitou a chateação alheia e embolsou o pagamento.
     Agora, ministro 'da casa' (é assim que são considerados os petistas 'puros'), constrangido pela revelação de que usou um avião fretado por um empresário para se deslocar, da Bulgária para a Itália, onde falaria para outros empresários, em programação particular, afirma que não houve irregularidadea na sua ação.
     Segundo nos informa a Folha, a assessoria do probo ministro afirmou que ele obteve "expressa autorização" da Comissão de Ética Pública para aceitar o convite e a mordomia implícita. Então, estaria tudo resolvido. Essa saída me lembra uma máxima antiga, atribuída aos que defendiam o ex-governador paulista Ademar de Barros: rouba, mas faz.
     Estamos combinados assim. Pimentel não deu as palestras pelas quais foi pago, mas poderia ter dado. Assim como viajou às expensas de um empresário com evidentes interesses no governo, mas pediu permissão.

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