sábado, 12 de maio de 2012

O governador e o contraventor

     A desfaçatez dos políticos em geral é impressionante. Eu vejo e ouço suas entrevistas e a cada dia mais me surpreendo. A mais recente demonstração de desprezo pela inteligência alheia foi dada pelo ainda governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, ao 'explicar' a venda de uma casa pela módica quantia de R 1,5 milhão. Justamente a casa onde o contraventor Carlinhos Cachoeira morava e onde foi preso, no início do ano.
     Segundo o governador, em síntese - a casa era dele e ele poderia vender para quem quisesse. E não vendeu para Cachoeira. Estaria perfeito se não fossem alguns 'detalhes'. Vamos a eles. Em primeiro lugar, para que possamos entender melhor o caso, é preciso explicar que a casa ainda não era - digamos - 'totalmente' dele. Sua Excelência ainda estava pagando o financiamento, que foi quitado para que o imóvel pudesse ser negociado.
     O dinheiro para a quitação surgiu não se sabe bem de onde. Ao que tudo indica, da mesma fonte da dinheirama paga pela casa: o contraventor Carlinhos Cachoeira, o verdadeiro comprador, o homem por trás dos cheques que o governador - pasmem!!! - afirma ter depositado sem verificar o nome do emitente.
     A vigarice da transação é tão simplória e medíocre que custo a acreditar que tenha sido realizada por alguém com um mínimo de 'malandragem'. Só encontru uma explicação para essa inexplicável triangulação: todos estavam convictos de que nada seria descoberto. Não esperavam que sua relações espúrias estivessem sendo gravadas. Como a que registra os parabéns queo governador transmite ao contraventor, no dia do seu (dele, contraventor) aniversário.
     A primeira frase do distinto representante do PSDB é definitiva: "E aí, liderança". É isso mesmo. Marconi Perillo reverenciava seu líder e, em seguida cobrava: "Faz aniversário e não convida os amigos".
     Essa gente merece o limbo.

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