terça-feira, 22 de maio de 2012

O recado de Cachoeira

     O contraventor Carlinhos Cachoeira, mesmo ficando calado durante o tempo em que esteve na CPI que investiga seu envolvimento com políticos e governos, conseguiu deixar seu recado, ao se apresentar. Seguindo o script traçado por seu bem-sucedido advogado de malfeitores, o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, limitou-se a dizer que nada diria, mas deixou uma ameaça no ar: tem muita coisa a informar, mas só depois da audiência perante a Justiça.
     O alerta foi dado. É bom que a companheirada dê um jeito de tratá-lo bem, como fez e vem fazendo com os 38 quadrilheiros do Mensalão, os seus em particular, reintegrados integralmente à vida partidária, com voz, voto e um enorme poder decisório, como o demonstrado pelo chefe de todos - de acordo com denúncia do Ministério Público -, o ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu.
     É simples assim. Não poderia haver melhor 'intermediario' entre contraventor e Governo e governistas do que Thomaz Bastos, homem de confiança do ex-presidente. O aviso foi dado, com todas as letras, e referendado logo em seguida, como nos conta O Globo, na única resposta que Cachoeira se dignou a dar a seus inquisidores: "Essa é uma boa pergunta, para ser respondida depois".
     Eu, particularmente, torço muito para que ele, de fato, responda a todas as questões, mesmo "depois". Quero saber tudo que envolve suas relações com o ainda senador Demóstenes Torres, do DEM; com os ainda governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF); com deputados; delegador; juízes; e - em especial - com o Governo Federal, através da Construtora Delta, a queridinha do PAC.

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