quinta-feira, 24 de maio de 2012

As amizades goianas

     Palavra de bandido não pode ser considerada, literalmente. Mas também não pode ser desprezada, jogada na sarjeta, descartada sem maiores avaliações. Por isso, a arrogante declaração do ex-vereador goiano Wladimir Garcez à CPI que investiga as atividades do seu comparsa, o contraventor Carlinhos Cachoeira, não pode ser ignorada.
     Além de se declarar inocente - é claro! - e de se recusar a responder a qualquer questão, seguindo os passos de seu chefe, Wladimir arrotou suas ligações com expoentes dessa nossa pobre República. E não fez por menos. Abriu a lista citando o ínclito ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, do PT de São Paulo, que ostenta no currículo o fato de ser um combativo defensor de mensaleiros, aloprados e quetais.
     Não satisfeito, o ex-vereador arrolou outros amigos: o ex-presidente do Banco Central no Governo Lula, Henrique Meirelles, a quem teria ajudado a se eleger deputado federal quando ainda militava no PSDB goiano; o ex-governador Iris Rezende, do PMDB; o senador gaúcho Paulo paim, do PT; o governador Marcono Perillo, do PSDB: e outros menos votados, mas nem por isso menos importantes nessa 'cadeia' de amizades, ou amizades que mereceriam cadeia.
     A frase é antiga e já foi citada por mim algumas vezes. Mas expressa perfeitamente o momento e o padrão dessas relações: quem anda com porcos come farelos, não necessariamente nessa ordem.

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