quinta-feira, 17 de maio de 2012

Uma vítória da CPI

     Desde que prontas e acabadas, não há razão alguma para que as investigações da Polícia Federal sejam mantidas sob sigilo. Sem o risco de manipulação de resultados ou ingerência indevida, o teor deve ser liberado, sim, para controle da sociedade e - isso é fundamental - evitar o uso criminoso de trechos selecionados, 'vazados' de maneira intencional e dirigida.
     Nesse particular, a CPI que investiga as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira, políticos em geral e empresas avançou muito. O conteúdo deve ser compatrilhado democraticamente, para análise sob os mais diversos ângulos e óticas. Ao contrário, a opinião pública ficaria sempre refém da ideologia do agente disposto a divulgar a essência das investigações.
     Tendo o conjunto à disposição, fica muito mais fácil entender todo o processo, vislumbrar acusados, provas e evidências e escapar das armadilhas espalhadas habilmente por advogados.
     Com essa decisão, o resultado das Operações Vegas e Monte Claro, que deram origem à CPI, será exposto à avaliação dos integrantes da Comissão, num evidente avanço. Os fatos já estão lá, nos processos. A CPI não vai precisar criá-los, mas aprofundar sua avaliação.
     O ex-ministro da Justiça de Lula, o advogado Márcio Thomaz Bastos, por exemplo, terá enormes dificuldades, assim, em livrar seu cliente, o contraventor Carlinhos Cachoeira, evitando que ele caia na tentação de expor as evidentes ligações do esquema de contravenção com governos municipais, estaduais e federal.
     O ainda senador Demóstenes Torres? Esse já está embrulhado para viagem. Mas há muitos outros na fila de embarque para o desterro político e - quem sabe? - a cadeia.

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