quarta-feira, 9 de maio de 2012

As distâncias da Pedra

     Agora é - digamos - oficial: a Pedra de Guaratiba vai ficar mais distante alguns quilômetros, por um prazo indeterminado. O acesso direto à Estrada Matriz - para quem vem de Campo Grande ou do Recreio - desaparecerá de vez, quando da inauguração da TransOeste, mês que vem. O acesso a Campo Grande, para quem sai da Pedra, também será mais longo e caro.
     Os retornos que davam acesso ao bairro, no cruzamento da Estrada da Matriz com a Avenida das Américas, foram suprimidos. Quem chega terá que percorrer mais sete quilômetros (ida e volta). Quem sai, na direção de Campo Grande, será obrigado rodar nove quilômetros (também nos dois percursos), para usar o retorno localizado em frente ao Centro de Tecnologia do Exército.
     A explicação oficial - espalhada aos quatro cantos, hoje, em entrevista do secretário municipal de Obras, Alexandre Silva, ao Jornal Hoje, da TV Globo, em forma de confissão - é técnica: a área prevista para o retorno não suportaria a obra, por ter um solo instável. Não me convenceu. Toda a região atingida pela TransOeste, entre a Serra da Grota Funda e a Estrada da Matriz é visivelmente instável - um enorme manguezal -, o que não impediu o trabalho.
     Eventualmente, seria necessário um esforço maior para equilibrar o solo, um trabalho absolutamente possível, mas - e é aí que certamente repousa o problema - obviamente mais caro. A solução foi a mais simplória: 'esticar' o percurso e contar com o tempo para que tudo se ajeite naturalmente. Com o tempo e com os evidentes ganhos que serão proporcionados pela TransOeste.
     O raciocínio - que eu tomo a liberdade de supor - não é de todo errado. A viagem, com as novas pistas, será muito mais segura e agradável. E mais rápida. Se pesarmos a economia de tempo proporcionada pela duplicação e o gasto adicional gerado pela supressão do acesso, acho, até, que pode haver um empate técnico. Mas a Pedra merecia ganhar, também.

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