Segundo um dos mais destacados deputados petistas, o deputado federal paulista Candido Vacarrezza - o que era o 'preferido' de Lula para relatar a CPI do Cachoeira -, não há motivos para a convocação do governador Sérgio Cabral, do PMDB do Rio de Janeiro, flagrado em relações promíscuas com o dono da construtora Delta, seu ex-amigo de fé Fernando Cavendish, durante folganças na Europa.
O preclaro petista não enxerga qualquer problema na enorme proximidade entre um governador de Estado e seu fornecedor de maior sucesso, envolvido até a medula nos escândalos que envolvem um chefão de contraventores, governos e políticos de todas as siglas e matizes. Marconi Perillo, do PSDB goiano, e o ainda senador Demóstenes Torres, do DEM, sim, devem - e devem mesmo!!! - ser investigados e punidos exemplarmente.
Essa é a lógica canalha da turma que está no poder há nove anos. Os amigos, irmãos e camaradas merecem todas as benesses da legislação, tapinhas nas costas, solidariedade, acobertamento. Já os adversários ... A eles devem ser oferecidos, implacavelmente, os rigores da lei.
Em um primeiro momento, ávidos de sangue, os seguidores do ex-presidente Lula exultaram com a possibilidade de acertar um punhal mortal nessa já tão combalida, medíocre e descaracterizada oposição. Juntar, num mesmo pacote, Demóstenes Torres e Marconi Perillo - justamente dois dos mais destacados nomes dos dois mais importantes partidos oposicionistas - era um presente, uma chance inesperada e bem-vinda, especialmente às vésperas do julgamento do Mensalão, o maior assalto formal aos cofres públicos já registrado na nossa história.
O atropelo das gravações transformou a euforia em pavor. Os vazamentos acrescentaram novos personagens ao saco de pilantragens, resvalando nos jardins palacianos. O jeito é apelar para a proteção mútua, o conchavo, os acertos espúrios. O PT, instado, prontamente se declara a favor do governador do Rio. O PMDB já manifestou a determinação de deixar a Delta fora das investigações, preservando o Governo.
Configura-se, com esse pacto, o PAC da ignomínia.
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