quinta-feira, 31 de maio de 2012

Um discurso lamentável

     Com a mediocridade verbal que o caracteriza, o ex-presidente Lula adicionou mais um discurso vazio à coleção de bobagens que diz impunemente há tantos e tantos anos. Imprensado - literalmente - pelas notícias de sua tentativa de chantagear ministros do Supremo Tribunal Federal (Gilmar Mendes em especial) para adiar o julgamendo do Mensalão de seu governo, apelou para recursos dignos dos pastores eletrônicos nos quais ele claramente se inspira.
     Ao falar no 5º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, para dirigentes de dezenas de nações de países africanos e latinos americanos, citou 'de passagem' os incidentes recentes, apelando para um sentimentalismo que deve ficar fora de qualquer discussão séria. Não teve o menor constrangimento em citar sua doença (câncer na laringe), para arrancar aplausos e lágrimas.
    
     Segundo O Globo, o ex-presidente abriu sua participação no encontro com a frase que transcrevo em seguida: "Eu vou falar de pé porque senão podem dizer que estou doente, então é para evitar esses pequenos dissabores. Vocês sabem que tem muita gente que gosta de mim, mas tem outras que não gostam e eu tenho que tomar cuidado com essas. Elas são minoria, mas estão aí no pedaço".  
     Vejam bem: ninguém está discutindo sua doença - lamentável, sob todas as formas. A questão é seu envolvimento indigno em manobras que atingem a Justiça, como instituição. As ameaças disfarçadas ao ministro Gilmar Mendes, as citações desairosas e racistas sobre Joaquim Barbosa, a indicação de que pretende usar 'amigos comuns' para pressionar outros ministros.
     Sua doença, ao contrário do que ele tenta passar, vem sendo lamentada por quase toda a sociedade (infelizmento, há, sempre, alguns desajustados), desde que anunciada. E jamais esteve em questão. Discute-se, sim, sua manobra para manipular a CPI e esvaziar o noticiário do Mensalão; a pressão exercida sobre julgadores, seu comportamente incompatível com a democracia.
     Lula - e repito issso à exaustão -, por devastadora limitação intectual e formação deficiente, jamais teve a noção exata do seu papel, do papel de um presidente de um país como o Brasil. Continua agindo como se ainda estivesse na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos, avançando sobre jovens viúvas de ex-companheiros, como ele mesmo contou em uma entrevista histórica à finada revista Realidade.

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