sábado, 12 de maio de 2012

Os caminhos da Pedra

          O prefeito carioca, Eduardo Paes (PMDB) esteve aqui em Pedra de Guaratiba hoje pela manhã. Conversou com representantes da comunidade e pediu 60 dias para apresentar uma proposta para remediar o isolamento compulsório do bairro, que perdeu seu acesso direto à Avenida das Américas, pela Estrada da Matriz, nosso principal caminho de entrada e saída.
     Em virtude das obras da esperada e muito bem-vinda TransOeste, o bairro perdeu os retornos, transferidos para muitos e muitos quilômetros depois, diluindo os ganhos oferecidos pela duplicação das pistas e construção do túnel da Grota Funda, prestes a serem inauguradas. Os benefícios das duplicação já estão sendo sentidos, com a liberação parcial das novas pistas, assim como os incômodos da supressão dos acessos.
     Onde antes havia um posto de combustível (e, bem antes, uma unidade dos 'Anjos do Asfalto'), bem no cruzamento da Américas com a Matriz, está surgindo uma estação do BRT. Os retornos e contornos ficavam exatamente ali. Para chegar à Pedra (vindo da Grota Funda ou de Campo Grande), será necessário seguir sete quilômetros, no sentido de Santa Cruz, e só então fazer o retorno. Para sair da Pedra na direção de Campo Grande, será preciso trafegar na direção da Serra da Grota Funda, por quatro quilômetros, e retornar em frente ao Centro Tecnlógico do Exército. Um grande desperdício de tempo e dinheiro.
     Esse transtorno está mobilizando grande parte dos moradores, especialmente comerciantes do pólo gastronômico, que temem retração da procura. Hoje à tarde, houve até uma carreata de protesto. Aproveitando-se da justa reação popular, no entanto, começam a surgir os interesses 'políticos'. Pessoas que começam a usar uma iniciativa comunitária com fins eleitoreiros, o que é ruim.
     A causa, no todo, é boa. Há, entretanto, outros pontos a serem debatidos, e o momento parece ser o ideal, pois os governos (estadual e municipal) têm uma 'dívida' com a Pedra. A Estrada da Matriz precisa urgentemente de um projeto de urbanização. Da Avenida das Américas até quase a sede da Região Administrativa, não há calçadas e a pista de rolamentos é estreita, esburacada e muito perigosa.
     A expansão desordenada de loteamentos também é outra ameaça, pois não vem sendo acompanhada pela oferta de serviços. A Favela Piraquê avança diariamente por uma área de mangue. A maior parte do esgoto é despejada diretamente no Rio Piraquê e nas praias da região.
     São problemas até mais graves do que a falta de acessos diretos. O prefeito Eduardo Paes poderia aproveitar os dois meses de prazo que pediu e formatar uma resposta mais abrangente. A Pedra precisa de acessos, sim, mas exige serviços decentes.

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