segunda-feira, 14 de maio de 2012

Respeito à história

     Torço muito para que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso esteja certo em suas previsões para a Comissão da Verdade, que será oficialmente empossada depois de amanhã, pela presidente Dilma Rousseff. Segundo O Globo, FHC acredita que o objetivo “não é buscar vingança, mas sim a verdade e a reconciliação”.
     A iniciativa governamental, de convidar todos os ex-presidentes para a cerimônia, é um ótimo indicativo de propósitos, pois dá um tom mais ecumênico, distanciado do ranço ideológico e inconstitucional exposto em manifestações vindas de alguns círculos bem próximos do Poder.   
Saber a verdade sobre sua história é um direito inalienável de todas as nações, fundamental para se entender o presente e prever o futuro. Um mergulho nessa história não pode ser usado como instrumento de retaliação, pois desmereceria as gerações que construíram a reconciliação do país, democraticamente.
     A escolha dos integrantes é um bom indicador. Os nomes – em sua quase totalidade – são irretocáveis. Há representantes de segmentos notoriamente comprometidos com o respeito à dignidade humana, mas defensores intransigentes da Constituição, posturas que não são excludentes, ao contrário.
     Fernando Henrique foi muito feliz ao comparar a proposta da comissão ao grupo The Elders, criado pelo ex-presidente sul-africano Nelson Mandela – um símbolo do mundo livre - e do qual ele é um dos mais membros mais significativos.
     A verdade é um direito. O respeito à Constituição é uma obrigação.

3 comentários:

  1. Meu velho amigo, não se iluda. Essa comissão fajuta não quer apurar a verdade. Será que você ainda embarca nessa? Se quisessem de fato esclarecer a verdade histórica, apontariam também os atos criminosos cometidos por muitos desses (e dessas) que hoje ocupam o poder. Duvido que o façam.
    E -- desculpe-me -- a opinião de FHC é irrelevante, por tratar-se de farinha do mesmo saco.

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  2. Talvez eu esteja me iludindo, sim. E uma das manchetes de hoje de O Globo indica isso. Mas tendo a acreditar na dignidade e isenção da maioria da comissão. E - desculpe-me, Paulo - a opinião de Fernando Henrique Cardoso é absolutamente relevante, em qualquer discussão. FHC, sem dúvida, foi o mais brilhante presidente da nossa história recente. O respeito que o mundo digno lhe devota - acaba de ganhar um valorizadíssimo e verdadeiro prêmio por sua obra intelectual, uma espécie de Nobel - é uma prova.

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