quarta-feira, 1 de agosto de 2012

A dieta boliviana

     É claro que a Coca-Cola, da qual já fui um consumidor voraz (hoje, confesso, sou moderadíssimo, embora ainda fiel) e McDonald's (não resisto a um 'cheddar', mas muito eventualmente, como exigem meus cuidados preventivos com a taxa de colesterol) não são propriamente os exemplos do dinamismo do mundo ocidental. Já foram, sim, apontados como símbolos do capitalismo, como se ele - o capitalismo - pudesse ser sintetizado pela combinação simplória de sanduíche e refrigerante. Mas, vá lá. Na América do Sul ainda vivemos nos anos 70, embalados pelos cartazes de 'yankee, go home'.
     Só assim, retrocendo 40 anos, posso encarar, sem gargalhar abertamente, a comemoração boliviana pelo fim das operações, no país de Evo Morales, das duas gigantes americanas. O texto da Veja é ambíguo. Podemos entender que as empresas saem do país por falência, ou expulsas. Ou, ainda, pelos dois motivos, conjugados.
     Segundo a matéria, o ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca (o 'Patriota' deles, literalmente), a saída das duas empresas, que deixarão de operar até dezsembro, celebra o fim do capitalismo e o "começo da cultuira da vida". Para ele, a Coca-Cola "contém substância prejudiciais que se associam a infartos, derrames e câncer".
     - O dia 21 de dezembro - disse e foi reproduzido - será o do fim do egoísmo e da divisão, o fim da Coca-Cola e o início do suco de pêssego".
     Sabemos que não é por aí. A Bolívia é conhecida mundialmente pela produção da verdadeira coca, a cocaína que é exportada para todo o mundo e que abastece e infelicita o Brasil, seu principal 'cliente'. Terceira produtora mundial, atrás apenas do Peru e Colômbia, a Bolívia transformou-se em uma nação narcotraficante, graças à - digamos - 'omissão' do governo liderado por esse medíocre Evo Morales, uma espécie de filhote de Hugo Chávez.
     Incapaz de produzir uma economia forte e desprovida - até onde sabemos hoje - das reservas de petróleo que sustentam o bufão venezuelano, a Bolívia torna-se refém, a cada dia, das riquezas oriunda das drogas, bem mais pesadas do que a explosiva combinação de 'quarteirão com Coca-Cola original'.

     PS: Na verdade, são dois fenômeno - a falência do McDonalds e a expulsão da Coca-Cola - e uma única e mastodônica estupidez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário