quarta-feira, 1 de agosto de 2012

TCU corrige excrescência a tempo do julgamento

     O ministro Aroldo Cedraz, do Tribunal de Contas da União (TCU), soterrou a mais recente vigarice perpetrada contra a decência nacional, ao suspender uma decisão do próprio Tribunal a favor - indireta e diretamente - da quadrilha que assaltou os cofres públicos, no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula. Era uma excrescência e foi corrigida a tempo de não ser usada no julgamento que começa amanhã.
     Basicamente, o TCU, através da decisão da 'ministra' Ana Arraes, mãe do governador Eduardo Campos (PSB-PE) e unha e carne com o Planalto, acolhera a tese de que os contratos realizados entre as empresas do publicitário mineiro Marcos Valério (a DNA e a SMP&B) com o Banco do Brasil eram perfeitos. Isso, contrariando presunção do ministro-relator do processo e indo claramente de encontro aos fatos relatados nos autos.
     Com essa decisão, a ministra sustentava a teoria de que o dinheiro desviado dos cofres pelo esquema organizado pela quadrilha petista era parte de empréstimos verdadeiros, e não um simples e vagabundo processo de driblar a Lei, como afirma a Procuradoria Geral da República.
     Foi a primeira grande participação da ministra na função para a qual foi elevada pela base governamental. E, como vemos, começara bem, atendendo aos anseios dos seus 'eleitores', numa decisão vergonhosa, antiética (contrariava frontalmente a posição assumida por seus novos pares) e que, agora, foi remetida para o lugar certo: a lata de lixo.
     Esse exemplo é assustador, pela dimensão que assumiu. A ministra Ana Arraes, ao assumir uma posição diametralmente oposta à já adotada pelo Tribunal, apostou alto, imaginando - e eu me permito esse exercício de análise - que seus pares não teriam coragem de rever sua liminar, principalmente às vésperas do julgamento. Deveria ler esse recado como uma indicação clara de que ainda há vida digna nas esferas do Poder. E pedir para sair.

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