sábado, 11 de agosto de 2012

Cadeia neles!!!

     Assim, como se nada representasse, a defesa do Valdemar da Costa Neto - um dos réus no processo do Mensalão, o maior escândalo da nossa história republicana - lembrou que a dinheirama recebida por seu cliente (algo em torno de R$ 20 milhões) fazia parte de uma 'aliança política' entre o Partido dos Trabalhadores e o antigo PL, atual PP. E que tudo ficara acertado em uma reunião na casa de um deputado petista, Paulo Rocha, que contou com a presença dos então presidente Lula e vice-presidente José Alencar.
     Já falei nessa história em alguns momentos. Lembrei a ridícula versão apresentada na época em que o tema foi escancarado. Por ela, inocente como um bebê de hiena, o presidente Lula teria ficado na sala, na hora em que o acerto foi sacramento, em um dos quartos. Não sabia e não viu nada. Não tinha a menor ideia do que se passara entre aquelas quatro paredes.
O dinheiro? Seria uma contribuição do PT para a campanha do PL, algo entre amigos, parceiros de fé, irmãos camaradas. Mas de onde veio esse dinheiro? Bem, aí a história começa a tomar rumos diferentes, sempre negados pelos chefes dos quadrilheiros, em especial o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
     Vejam mais uma das muitas e incontornáveis vigarices retóricas usadas pela defesa dos mensaleiros: o PT tinha tanto para oferecer, mas precisava fazer empréstimos para pagar suas contas. Só mesmo um idiota acreditaria em uma versão tão simplória e mal-alinhavada.
     Fica óbvio - e essa é a teoria da Procuradoria-Geral da República, respaldada por documentos irrefutáveis - que o dinheiro vinha dos cofres públicos, atravessado pelo Bancos Rural e BMG, com a participação do publicitário marcos Valério, que 'esquentava' a grana mediante contratos fictícios com o Governo.
     Em síntese, o esquema era esse: o Banco do Brasil pagava por serviçlos que jamais seriam feitos e as empresas de Marcos Valério repassavam os recursos - tirando sua parte, é claro! - ao PT. Foi assim que o probo partido do presidente pagou suas despesas de campanha (com dinheiro roubado), as campanhas de partidos amigos, a fidelidade nas votações no Congresso e, de quebra, forrou bolsos particulares companheiros. Essa gente chama isso tudo de 'caixa 2', um crime - é verdade -, mas sem a menor importância e que, por coincidência, está prescrito.
     Mas Lula não sabia de nada. José Alencar, pelo que sempre se soube, sabia de tudo. Mas ele, vice-presidente da República!!! - depois de amargar um câncer brutal, morreu. Seu nome batiza o túnel da Grota Funda, trecho da TransOeste inaugurada recentemente, no Rio.
     Essa turma merece cadeia, mesmo.

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