domingo, 26 de agosto de 2012

Lula, para americano ler

     Sem constrangimento algum, como de hábito, o ex-presidente Lula voltou a afirmar - dessa vez em entrevista ao jornal New York Times - que o Mensalão de seu governo não existiu. Na verdade, ele teria dito que não "acreditava" que o maior escândalo da nossa história recente tivesse ocorrido. Mas, daquela forma entronizada na nossa política pela companheirada, saiu-se com essa pérola do diversionismo: "Se houver algum culpado, deve ser punido; e se alguém for inocente deve ser absolvido".
     Confesso que não tenho estômago para esse tipo de declaração tão vigarista, vazia e que tende a tachar de idiotas a todos os que eventualmente tomam conhecimento dela. Mas Lula é assim, sempre foi. Diz essas idiotices naturalmente, como se estivesse em uma reunião de sindicalistas ligados à CUT, com a expressão séria, cenho franzido. E as pessoas ouvem, calam e relevam, pois ele é filho de uma mulher que nasceu analfabeta.
     Disse outras coisas. Que não será candidato em 2014 e que vai lutar pela reeleição de Dilma Rousseff, por exemplo. Mas em nenhum momento nos últimos tempos tem condenado, de fato, as insistentes declarações de apoio à sua candidatura, surgidas entre seus acólitos.
     Como já torceu calorosamente, no passado, para que houvesse uma crise na nossa economia que provocasse uma crise grave no emprego, beneficiando sua candidatura, não seria difícil que, no íntimo e com o apoio do grupo de pelegos que ajudou a alimentar, estivesse na expectativa de um desastre no atual governo, para surgir como a solução, o enviado dos céus.
     Suas constantes interferências e manobras nos bastidores do Poder me autorizam a especular. Lula é isso. Mesmo depois de ter ocupado a Presidência por oito anos, continua o mesmo dirigente de sindicato que cantava as viúvas dos 'companheiros metalúrgicos' que procuravam apoio nos momentos de dor e refestelava-se com uísque escocês nos 'duros' embates com a cúpula patronal nos velhos tempos do ABC.

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