terça-feira, 7 de agosto de 2012

Os números que envergonham

     Os números parciais da campanha eleitoral em São Paulo explicam, pelo menos para mim, fenômenos como o Mensalão e o envolvimento do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos em geral, governantes em especial. A Justiça Eleitoral confirmou o que a Folha antecipara: o candidato petista à prefeitura paulistana, Fernando Haddad, do probo PT, já gastou R$ 12, 4 milhões, dos quais R$ 2,8 milhões só para tocar sua musiquinha pelas ruas da capital.
     Fazendo uma conta simples, cada pontinho no Ibope (8, até agora) custou ao ex-ministro da Educação - aquele que arrasou com o Enem e tentou fazer o mesmo com a língua portuguesa - a bagatela de R$ 1,8 milhão. Não há quem consiga arcar decentemente com cifras desse porte. E essa constatação, é claro, não se limita à campanha petista. José Serra, embora mais módico, já gastou R$ 1,5 milhão. Como é mais conhecido, não precisou, ainda, investir tanto na imagem. Mesmo assim, a disparidade é enorme.
     A pergunta que fica, a partir de essas constatação, no entanto, é bem objetiva: de onde é que sai tanto dinheiro, asssim? Quem banca essa gastança desenfreada e absurda, especialmente em um país que ainda tem tantos problemas para resolver, tanta miséria? "É o preço do poder, estúpido", alguém poderia bradar para mim, respondendo - por tabela - a todas as questões.
     Na melhor das hipóteses, se alguém paga tanto, certamente vai exigir uma contrapartida. Na pior - a que mais se assemelha à síntese do que foi o Mensalão -, nós todo estamos pagando, com o dinheiro que é surrupiado dos cofres públicos através de contratos vigaristas e aditivos sem-vergonha, como os flagrados recentemente, por exemplo, entre a Delta Construtora e órgãos do Governo Federal, principalmente para 'executar' obras do PAC.
     Não há outra explicação. Só o roubo e/ou conchavos podem explicar essa cachoeira de dinheiro jogada nas campanhas.

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