quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A revolta do 'cândido'

     O deputado Cândido Vaccarezza, do PT paulista, não gostou da cartilha publicada pela Procuradoria-Geral da República explicando, para a garotada, em especial, o que foi o episódio conhecido como Mensalão. Ententende-se a revolta. Didática, a publicação mostra que uma quadrilha liderada pelo então chefe da Casa Civil do ex-presidente Lula assaltou os cofres públicos para corromper políticos de outros partidos, pagar dívidas de campanhas passadas, fazer caixa para tentativas futuras e - ninguém é de ferro!!! - encher os bolsos.
     Vaccarezza preferia, certamente, que sequer houvesse o julgamento dos quadrilheiros companheiros, assim como fez tudo para minar as investigações da CPI do Cachoeira, especialmente quando as investigações e denúncias começaram a soterrar a turma petista e amiga. Não podemos esquecer que ele foi flagrado passando mensagem para o governador fluminense Sérgio Cabral (PMDB), tranquilizando-o: "Não se preocupe, você é nosso e nós somos teu", escreveu, com aquele estilo gramatical que vem consagrando essa lamentável Era Lula.
     Naquele momento, as relações promíscuas entre o governador e Fernando Cavendish, presidente da Construtora Delta, a queridinha do PAC, estavam explodindo nos jornais e revistas. Vaccarezza, assim como toda a turma, é assim. Ele tem horror à divulgação das canalhices cometidas por seus companheiros. É mais um dos que sonham com o 'controle social da mídia', a exemplo do que ocorre em Cuba e em outras ditaduras pelo mundo.
     O líder de seu partido, Jilmar Tatto (Jilmar com jota ...), também resfolegou e acusou o procurador Roberto Gurgel de "querer aparecer", o que não estaria "certo". Se Gurgel ficasse calado e recuasse na acusação, estaria sendo aplaudido de pé pela companheirada. Mas ele ousou expor parte da pilantragem institucionalizada nesse país.
     E o julgamento ainda nem embalou. Fico imaginando o desespero dessa gente quando as sentenças começarem a ser proferidas.

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