sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A gargalhada dos advogados e a dança da 'pizza'

     A foto da primeira página de hoje de O Globo é o equivalente atual à vergonhosa e indigna dança protagonizada pela ex-deputada paulista Angela Guadagnin, do PT, é claro, ao comemorar, há cinco anos, a absolvição de seu companheiro João Magno, de Minas, das acusações por ter recebido dinheiro proveniente do assalto aos cofres públicos protagonizado pela companheirada, no episódio que ficou conhecido como Mensalão do Governo Lula.
     O grupo de advogados dos quadrilheiros, às gargalhadas, com evidente expressão de deboche, retrata bem a reação da turma toda (incluindo, aí, os que vendem a alma e o teclado) à decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que absolveu o deputado federal João Paulo Cunha, aquele cuja mulher foi flagrada recebendo R$ 50 mil diretamente em um caixa do Banco Rural, em Brasília.
     O deboche, a desfaçatez e o desprezo pela opinião pública têm sido algumas das principais marcas dessa Era Lula. Quando vejo o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos - o mais bem pago advogado de porta de xadrez do Brasil - comemorando uma decisão claramente deturpada, lembro na mesma hora de outro epidósio no estilo petista de ser: a comemoração asquerosa do ministro Marco Aurélio Garcia, ao saber que a morte de 200 pessoas, no acidente com um avião da TAM, em São Paulo, fora provocada por um conjunto de erros, e não apenas pela incúria governista.
     Naquele momento, não importava se o país ainda estava atordoado pela tragédia. A essa gente, só uma coisa importa: a preservação do esquema de poder. Esse é o comportamento histórico do PT. Não preciso exigir muito da memória para relembrar outra comemoração, essa, protagonizada pelo candidato Lula, feliz da vida com uma episódica retração do mercado de trabalho. Para ele, o desemprego dos 'companheiros trabalhadores' vinha a calhar, na sua onde de ataques ao governo.
     Já no Poder, com o cinismo que caracteriza esses nove anos de meio, os arautos do Governo acusam constantemente a oposição de torcer contra o país, justamente o que sempre fizeram.

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