quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Repúdio às agressões

     Os ataques ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, protagonizados, em uníssono, pelos advogados da quadrilha que assaltou os cofres públicos e que está em julgamento no Supremo Tribunal Federal, foram repudiados categoricamente pelo presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Cláudio Lopes, como nos conta O Globo.
     Cláudio Lopes aproveitou a abertura do I Congresso Internacional do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público Brasileiro, no Rio, para manifestar sua solidariedade, de maneira enfática. E de uma maneira também corajosa: ao lado desse inacreditável ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, um ardente defensor dos acusados, que ouviu tudo com aquela expressão de paisagem que o caracteriza.
     Para o procurador, as agressões "são inaceitáveis e intoleráveis". E tem toda a razão. Como ele mesmo ressaltou, "divergências processuais devem se ater às discussões fáticas e jurídicas e dispensar que descambem para um lado que não tem a ver com o objeto da lide, desvirtuando o verdadeiro foco da causa".
     É aí, no fim da frase, que reside toda a questão: a preocupação evidente em desvirtuar o julgamento, mascarar, atacar, desmerecer, mentir, deturpar, ofender, chantagear. É uma tática antiga que vem sendo explorada sistematicamente pelo PT, um partido que se especializou em agredir, destruir reputações. Fez e faz isso nos campos político (lembram da grande mentira sobre projetos da Oposição de privatizar a Petrobras?) e pessoal (acusações contra Dona Ruth Cardoso). Espalha boatos prontamente aceitos e transformados em notícia pela companheirada, quase sempre paga pelos cofres públicos.
     No caso específico do julgamento do episódio que ficou conhecido como o Mensalão do Governo Lula, a saída encontrada pelos gestores da defesa - e ficou evidente que houve um conluio - foi, em primeiro lugar, mirar na figura do procurador, de sua família, fazer ilações, deixar acusações no ar. Antes e durante o processo. Outro profissional, menos determinado, talvez se deixasse amedrontar pelo poderio dos adversários.
     Algo semelhante ocorreu quando da tentativa de chantagem de ministros, efetuada pelo ex-presidente Lula, segundo denúncia de Gilmar Mendes. Assim como Roberto Gurgel, o ministro enfrentou as ameaças.
     Eles - defensores e réus liderados pelo ex-ministro da Justiça (?) e advogado do contraventor Carlinhos Cachoeira, Márcio Thomaz Bastos - não tiveram coragem suficiente, apenas, para investir mais diretamente contra o ministro-relator do processo, Joaquim Barbosa. Mas bem que tentaram, exibindo o preconceito e o racismo que estão impregnados na sua essência.

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