domingo, 12 de agosto de 2012

Argentina precisa se olhar no espelho

     Veja nos fala da repercussão do julgamento da quadrilha do Mensalão em vários países, entre eles França, Espanha, Estados Unidos e Argentina, com base nas reportagens de seus principais jornais. Em comum, a ideia de que o Brasil é condescendente com a corrupção e que uma eventual condenação dos réus poderá mudar essa imagem, embora não afete diretamente o atual governo petista.
     Ressalvando que concordo, em tese, com as críticas que nos colocam entre os países mais tolerantes com corruptos e com a corrupção, não posso deixar de registrar meu incômodo com as críticas vindas especialmente dos nossos vizinhos argentinos. Nós não somos exemplos de seriedade, é verdade. Conseguimos, como nos mostrou Veja na semana passada, desmoralizar até mesmo a Cruz Vermelha. Mas a Argentina ...
     Na terra do tango, os escândalos são recorrentes, no mínimo, tanto quanto por aqui. A indignidade não poupou, recentemente, sequer as 'avós da Praça de Maio', sem falar no enriquecimento estratosférico da família Kirchner, semelhante ao registrado pelo ex-ministro Antônio Palocci. A presidente passou de uma condição econômica - digamos - 'confortável' para entrar no campo dos milionários, registrando uma evolução patrimonial digna de astros das consultorias.
     A nosso favor - e tenho que reconhecer -, registre-se que jornais e revistas têm tido toda a liberdade para apontar as vigarices ocorridas nos últimos nove anos e meio dessa infindável Era Lula, enquanto que por lá, o governo persegue jornais e jornalistas que ousam denunciar as pilantragens oficiais.
     O governo daqui também não fica muito satisfeito com essas manchetes e capas de revistas que apontam suas bandalheiras, admito. De quando em vez retira da gaveta o tal projeto de censura. Mas é obrigado a conviver com a liberdade de expressão, que prevalece, o que não ocorre no nosso principal confrontante.

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