terça-feira, 28 de agosto de 2012

Um contraponto à estupidez nos estádios

     Um antigo companheiro de redações, José Sérgio Rocha, botafoguense apaixonado, imaginou um belíssimo contraponto à estupidez das chamadas torcidas organizadas: o 'Samba do Bellini', uma reunião de torcedores de todos os times (na segunda quinzena de setembro) - devidamente uniformizados, de preferência -, em uma das entradas do Maracanã, em torno de boa música e do repúdio à violência. Já é um sucesso.
     A repercussão da iniciativa mostra que há um clamor generalizado, entre os verdadeiros apaixonados por futebol, pela harmonia nos estádios. Não é concebível - e já tratei desse tema algumas vezes, no passado e recentemente - que bandos de marginais transformem o saudável lazer de um domingo de futebol em um risco à integridade física, como nos últimos acontecimentos aqui no Rio.
     O torcedor deve exigir o direito de ir ao estádio sem medo. Deve cobrar, sim, que nossas autoridades sejam implacáveis. Não podemos aceitar, de maneira alguma, que vândalos travestidos de torcedores marchem para os campos escoltados pela Polícia, perpetuando a imbecilidade. O reconhecimento dessas tropas de assalto, por si só, já é uma admissão de incompetência, de tolerância indevida.
     Lamento, hoje, que a prevalência do ódio, acima da rivalidade, seja um subproduto, também, da irresponsabilidade de veículos de divulgação, num passado não muito distante. Houve um acirramento das paixões, com o objetivo de aumentar vendas e audiências. Brincadeiras entre amigos foram transformadas em diferenças irreconciliáveis. A estupidez - que aflora até mesmo em grupos teoricamente bem informados e formados, como se pode verificvar nas redes sociais - encontrou um campo fértil para se desenvolver.
     Talvez o 'Samba do Bellini' ajude a virar essa página.

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